A manhã da reunião do conselho nasceu fria e cinzenta, um reflexo do clima de guerra. O carro que buscou Isabella em seu apartamento era o sedan privativo de Pedro, uma declaração silenciosa de que, para o mundo, a fachada de "assistente" estava de volta, mas a realidade era outra.
Ele a esperava no banco de trás. Não trocaram uma palavra sobre a noite anterior. Não precisavam. A memória do que acontecera estava gravada em seus corpos, na forma como se olhavam. A tensão desesperada se fora, substituída por uma energia perigosa e zumbificante, a calma de dois predadores que haviam se saciado e agora estavam prontos para a caçada.
— Pronta? — ele perguntou, a voz baixa, enquanto o carro deslizava pelas ruas de São Paulo.
Isabella, que passara a última hora escolhendo sua armadura — um vestido cinza-carvão de corte impecável, que abraçava seu corpo escultural com uma elegância letal —, virou-se para ele. Um sorriso lento e confiante tocou seus lábios.
— Eu nasci pronta.
Eles en