Dentro do cubículo de veludo, o mundo exterior desapareceu. Havia apenas Isabella, o espelho e a mulher que ela estava a tornar-se. O sutiã de seda preta era uma obra de arte, a renda delicada a contrastar com a ousadia do seu design. Com as mãos a tremerem um pouco, não de medo, mas de uma excitação nervosa, ela o vestiu. E então, olhou.
A mulher no espelho encarou-a de volta. Não era a assistente sobrecarregada, nem a estratega de semblante sério. Era uma mulher cuja pele parecia brilhar contra a escuridão da seda, cujas curvas, antes escondidas sob blazers práticos, eram agora celebradas. O seu corpo, que ela sempre vira como uma ferramenta funcional, era subitamente... uma arma. Uma obra de arte.
Uma risada borbulhou do seu peito, um som genuíno e surpreso. Ela cobriu a boca, abafando o som.
— Oh, Deus... — sussurrou ela para o seu reflexo, os seus olhos a brilhar com humor e um poder recém-descoberto. — Que mulherão que eu fiquei.
O pensamento era tão absurdo, tão distante da sua