Isabella olhou para as chaves sobre a mesa de mogno. O metal brilhava sob a luz do escritório, parecendo ao mesmo tempo um prémio e uma armadilha. A sua mente, a sua fiel estratega, estava em silêncio pela primeira vez. Aniquilada pela audácia do gesto de Pedro. Ele não lhe tinha dado apenas um bónus; tinha-lhe dado um reino, um território, um novo centro de gravidade. E tinha feito isso com a mesma calma com que assinaria um contrato de aquisição.
Com os dedos a tremerem levemente, ela pegou nas chaves. O couro do porta-chaves era macio, o metal frio. Era o peso da sua nova vida.
— Obrigada — a palavra saiu como um sussurro, quase inaudível.
— Não agradeça. Apenas o ocupe — respondeu ele, a sua voz um comando suave.
Ela não discutiu. Não protestou. Apenas assentiu, pegou na sua bolsa e saiu do escritório, sentindo o olhar dele a queimar nas suas costas a cada passo.
A viagem de Uber até ao endereço desconhecido foi uma jornada através das suas próprias memórias. Com a cabeça encostad