A rodoviária de Seattle era úmida, barulhenta e cheirava a gordura velha com desespero. Marta puxava o carrinho de feira já vazio, enquanto Geraldo carregava uma mochila puída nas costas. Os dois pareciam deslocados no meio da cidade grande, com suas roupas encardidas e os rostos marcados pelo tempo — ou talvez pela maldade.
“Tem certeza de que é aqui?” — ela perguntou, os olhos apertados examinando os prédios altos.
“É onde ela tá. Eu vi na televisão. O nome do noivo dela aparece em tudo quanto é site de fofoca. Rico, arrogante, dono de empresa de segurança e o caralho.”
Marta soltou um grunhido.
“Então por que não vamos direto lá? Ela tem que nos receber.”
Geraldo riu.
“Receber? Depois de tudo? A vadia vai fingir que nem conhece. A gente precisa ser esperto. Entrar como quem não quer nada.”
A ideia deles era simples: se Ketlyn não os quisesse por bem, eles ficariam ali até forçá-la a ceder. Mas logo ao tentarem se aproximar da portaria do prédio luxuoso onde ela morava, foram barrad