O salão era deslumbrante. Lustres de cristal pendiam do teto como chuva congelada, espalhando reflexos dourados sobre as paredes claras. A decoração era sóbria, elegante, fria — como se cada flor tivesse sido escolhida por uma mente calculista, e não por um coração apaixonado.
Ketlyn estava de pé diante do espelho, vestida de branco. O tecido deslizava por seu corpo como uma promessa que ela não conseguia acreditar. Os cabelos estavam presos num coque delicado, algumas mechas soltas propositalmente emoldurando o rosto. A maquiagem estava impecável, realçando seus olhos e escondendo qualquer traço de exaustão.
Mas o que ela via no espelho não era uma noiva.
Era uma atriz.
Atrás dela, Dona Maria ajeitava o véu com dedos experientes, o olhar brilhando de emoção.
“Você está linda, menina.”
Ketlyn forçou um sorriso. “Obrigada.”
O vestido parecia mais pesado do que deveria. Talvez fosse o simbolismo. Talvez fosse o peso de um acordo que crescia dentro dela como uma dúvida latejante.
O casam