Mundo ficciónIniciar sesiónPassei o final de semana todo praticamente trabalhando. Acompanhada dos meus pais, fui visitar a obra do meu consultório odontológico e participei de algumas reuniões para trabalhar o marketing e a divulgação da minha nova logomarca. Quero tudo novo, estou em uma nova fase. Contratei uma equipe para cuidar de tudo para mim. Com o apoio dos meus pais, saímos em família para ir ao cinema assistir a um filme. Depois, fui comprar fantasias de personagens para fazer os atendimentos das crianças amanhã no consultório. Meus pais dizem que eu nasci para ser mãe, pois sempre gostei de crianças e prefiro atender e me especializar em odontopediatria.
No dia seguinte, acordei cedo. Antes de ir para o consultório, tomei café junto com meus pais. Em seguida, o motorista me deixou no trabalho. Quando cheguei ao escritório, minha assistente já me esperava. Fui me caracterizar de unicórnio. Minha paciente de hoje é uma criança especial que ama cavalos mágicos e brilhantes, e eu tive que me transformar em um para tentar conseguir a confiança dela. Depois de caracterizada, minha assistente confirmou que a criança já estava lá fora e eu fui buscá-la pessoalmente. Quando a criança me viu, abriu um sorriso verdadeiro, e o coração da dentista aqui ficou feliz. Com jeitinho, consegui fazer com que ela entrasse no consultório e, aos poucos, fui ganhando sua confiança. Trabalhar com crianças é algo surreal, minha doação é máxima e eu amo o que faço. Foram necessários vários minutos para, enfim, conseguir restaurar o dente da princesa, que amou me ver fantasiada. No final, ela ganhou um presente meu para ir para casa feliz. Tirei um intervalo para tomar um suco. Ao voltar para meus atendimentos, vi que a clínica estava cheia de clientes. Continuei cuidando das minhas crianças durante o dia. Na hora do almoço, Dany apareceu. — E aí, minha amiga, vim saber como foi seu dia e também sobre a festa. Tinha muito homem bonito lá? — Ela perguntou animada. — Meu dia foi ótimo, é tanto que ainda estou vestida de unicórnio. A festa foi tranquila e, sim, tinha muitos homens bonitos e charmosos, mas não paquerei ninguém — Falo, tirando a fantasia. — Sei! Vim te buscar para ir almoçar comigo, que daqui a pouco tenho várias pessoas para atender. Estou pensando em diminuir o meu ritmo, ir mais à academia e você vem comigo — Dany fala sério. — Confesso que estou precisando me exercitar, mas eu amo trabalhar. Só vou descansar no Natal — Falo, acompanhando Dany. Sua companhia é animada, e só ela para me fazer sorrir. Eu comi somente um pouco, porque fiquei paranoica com a questão do peso. Não sinto mais tanto prazer em comer como antes, a comida parece não ter sabor. Quando terminamos de almoçar, nos despedimos e cada uma foi para o seu lado. Resolvi voltar ao meu escritório de elevador. No segundo andar, ele parou para alguém entrar, e esse alguém era Dylon, que ficou parado ao me ver à sua frente. Eu o encarei em silêncio. Ele não entrou no elevador. Eu subi rápido para o terceiro andar. Sei que sou a última pessoa no mundo que Dylon queria ver, mas confesso que estou contente de vê-lo aqui, porque isso é um sinal de que ele seguiu meu conselho de procurar ajuda. Por mais grosso que Dylon tenha sido comigo, o importante é que ele aceitou procurar um psicólogo, porque o segundo andar é a área da psicologia. Trabalhei arduamente durante toda a tarde e me permiti ser todos os personagens possíveis para obter êxito com meus pacientes mirins. Fiquei apaixonada por cada um. Após um dia de trabalho cansativo, eu quis sair sozinha. Pedi ao motorista do meu pai para me levar à praia, pois eu precisava sentir a brisa do mar. Hoje, mais do que nunca, eu necessitava recarregar as energias. Quando cheguei, sentei-me sozinha à beira da praia. As ondas iam e vinham, molhando meus pés. Respirei profundamente, longe da agitação da cidade, sentindo a brisa fria. Após alguns minutos, meditei um pouco, sentindo-me mais tranquila e menos cansada. Então, decidi voltar para casa. — Está tudo bem, senhorita Ariana? — Alípio perguntou. — Sim, Alípio. Fazia tempo que eu não vinha ver o mar e hoje senti esse desejo. Obrigada por me trazer e me esperar pacientemente — Falei, entrando no carro. Alípio me levou para casa, porque eu sabia que meus pais já sentiam a minha falta. Mesmo que às vezes eu não me sinta importante, eles me lembram que sou a vida deles.






