47. SÂMIA
Após toda a confusão na loja, clientes me olhavam assustados e só me restava sair dali. Fui diretamente buscar a minha bolsa, decidida a ir embora, porque eu já estava demitida mesmo. Sem olhar para trás, saí de lá a passos largos, sem saber o que faria agora, pois não havia sido chamada para nenhuma vaga de emprego na qual coloquei currículo.
Desacreditada da vida, voltei para casa repensando no que aconteceu. Nunca agredi ninguém na vida, mas Suyane foi longe demais ao me chamar de vadia. Do fundo do meu coração, não estou arrependida. Com o celular nas mãos, liguei para a minha tia, avisando sobre o ocorrido, e ela atendeu rapidamente.
— Alô, tia, como estão as coisas por aí? — perguntei triste.
— Está tudo bem, na medida do possível. Hoje os médicos vão retirar a mamãe da UTI e ver como reage. — Minha tia falou com a voz triste.
— Ai, tia, não fala isso... Tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo.
— Aconteceu mais o quê, Sâmia?
— Eu vou ser demitida. Agredi a gerente da