Os dias seguintes à morte de Pedro Moretti eram opacos para Rafael. A dor do luto, agora misturada com o peso das palavras de sua mãe, estava consumindo-o de dentro para fora. Ele acordava todas as manhãs, mas o esforço para sair da cama era quase insuportável. O brilho de sua vida parecia ter se apagado, e o vazio que ele sentia só aumentava com o passar do tempo. Ele sabia que deveria seguir em frente, mas a escuridão em sua mente não lhe dava espaço para respirar.
Helena percebeu a mudança dele logo no início. Antes, ele estava em um estado de luto, mas ainda conseguia manter uma aparência de normalidade, focando no trabalho e nas pequenas interações diárias. Agora, Rafael parecia distante, e a cada dia que passava, ele se fechava mais. As conversas entre eles se tornavam mais curtas, e os gestos de carinho eram substituídos por um silêncio pesado, como se ele estivesse em um lugar distante e inacessível.
Ela sabia que precisava agir, mas também não sabia p