O alarme soou no quarto 312 às 03h47.
Helena foi a primeira a chegar, o coração disparado como se antecipasse o que encontraria. A mãe estava desacordada, pálida como lençóis, e a equipe já iniciava os procedimentos de emergência.
— Pressão caindo! Frequência irregular!
— Reação aos analgésicos! — gritou uma das médicas.
Helena ficou parada por um segundo. Só um segundo. Mas foi o suficiente para sentir que o mundo ao seu redor começava a ruir.
Rafael apareceu logo depois, atraído pelo caos incomum naquela ala.
— Helena! — ele se aproximou devagar, vendo o pânico nos olhos dela. — Vem comigo. Vamos respirar.
— Eu não posso… — ela murmurou. — É minha mãe, Rafael. Ela...
Os médicos estabilizaram a frequência, mas o prognóstico veio horas depois, seco e devastador: metástase agressiva, resistência baixa, complicações múltiplas. O corpo está cedendo.
Helena se sentou diante do médico responsável, os dedos entrelaçados, suando frio.
— O que estamos dizendo… é que talvez seja a hora de inte