Eu não queria desligar o celular. Queria continuar ouvindo a voz dele, só mais um pouco.
Cada palavra que saía da boca de Leonardo era como uma ventania quente passando por dentro de mim, avivando tudo o que um dia esteve morto.
Me acendia.
Me aquecia.
Me fazia sentir viva de novo.
E aí eu me pego pensando…
Como é se sentir amada de verdade?
Como é o amor que não vem com dor? Que não sufoca, não marca a pele com medo?
Será que é isso? Essa paz no peito? Essa vontade de sorrir sozinha no meio do quarto?
Essa loucura que me dá só de ouvir a respiração dele do outro lado da linha?
Será que é amor o que estou começando a sentir?
Ou só mais uma ilusão vestida de esperança?
Lembro da lenda do Akai Ito...
Dizem que quando duas pessoas são destinadas uma à outra, existe um fio invisível ligando os dedos mindinhos delas. Um fio vermelho.
Ele pode se enrolar, se emaranhar, se embaraçar até doer…
Mas ele nunca se quebra.
Nem com o tempo. Nem com a distância. Nem com a morte.
E aí eu penso…
Será