Arthur
Faz exatas cinco horas que voltamos do hospital e Catarina já reclama de ficar muito tempo deitada. Essa mulher e o conceito de descanso absoluto não sabem coexistir na mesma oração.
Rebeca não saiu de seu colo, pois foram muitos dias longe da mãe e ela parece querer garantir que ela não vai fugir.
– Ela dormiu. – Ouço sua voz ansiosa me alertar. – Dormiu sim!
– Eu estou vendo, mas isso não é motivo para você sair perambulando por aí.
– Vou até ao longínquo jardim, meu rei. Caminhar entre girassóis e tomar banho de lua. Dizem que faz bem para o cabelo, quando ela está cheia.
– Eu não tenho ideia do que você está falando, mas concordo com o jardim. – Afirmo e a cara de felicidade me faz sentir como um carcereiro. – Mas espere sentadinha como está. Vou colocá-la na cama.
Ela me dá um olhar travesso, mas volta a se acomodar. Está animada e como uma leveza que eu não via há muito tempo. Rebeca