Lúcio limpou meu rosto logo em seguida.— Sim, é uma menina, uma linda menina. Muito pequenina e de uma força impressionante, eu diria que ela não é sua filha mais sim seu clone. Fiquei tocada e quanto mais ouvia falar mais lagrimas eu sentia escorrer. — Ela é um milagre Samira, seis meses e com quase menos de um kilo, do tamanho de uma bonequinha. Fico emocionado quando a observo tão cheia de vida, mesmo que distante.Aquela notícia era tão especial, não só o fato de saber que ela estava bem e viva, mas também pela descoberta do sexo que tanto eu quanto o Lúcio optamos por sermos surpreendidos.— Onde ela está? Preciso vê-la Lúcio. — Pedi entre soluços.— Tenho uma ótima noticia, nós já podemos visita-la, podemos vê-la hoje. — Ele disse de sorriso largo. Puxei Lúcio imediatamente o abraçando em seguida. Mas lembrei-me de uma coisa que estava martelando em minha cabeça.— Porque disse quatro filhos?— O afastei encarando-o.— Porque não vamos parar no primeiro, eu ainda quero um me
Três meses depois...— Caleb, por favor, você poderia deixar de tanto correr?— Eu chamei sua atenção recebendo uma carranca nada animada. — Não adianta fazer essa careta, pelo amor de Deus, você só sabe andar correndo?— Retirei os brinquedos jogados pela sala sentindo-me levemente tonta ao levantar o corpo de uma vez.Equilibrei o corpo puxando a respiração enquanto mantive o foco em objetos da sala. Marie me socorreu rapidamente ao parar ao meu lado segurando meu braço.— Está tudo bem?— Marie me encarou aparentemente preocupada.— Não se preocupa. — A confortei. — Estou bem, só não posso erguer assim de uma vez, perco o equilíbrio com facilidade.— Quer que eu avise o papai? Posso ligar para ele.— Ela fez missão de sair da sala. Impedi rapidamente.— Ei, não, tá tudo bem. Não quero que o deixe preocupado por bobagem.— Voltei retirar os restantes dos brinquedos.Marie me ajudou na tarefa aproveitando para retirar todos os que estavam no chão, evitando assim que eu tivesse que abaixar
Lúcio disse cada palavra completamente de olhos vidrados aos meus olhos. Quando ficamos próximo e frente um ao outro ele me entregou a bebê.Eu não fui capaz de dizer nada só de sentir, eu sentia tudo, tudo que um ser humano é capaz de sentir. Eu sentia a euforia, a alegria, o amor, a emoção. Era um turbilhão de sensações. Lúcio me abraçou logo em seguida beijando minha testa.— Ela é tão linda que é difícil de acreditar ser real. — Disse ao tocar suas mãos coberta com luvas. — Porque ela está tão empacotada dessa forma?— Perguntei ao observar que ela estava com luvas, meias, sapatos, chapéu e a manta ao seu redor.— Ela é muito frágil meu amor, precisamos ter muito cuidado principalmente em questão de higienização. — Lúcio abraçou meu corpo por trás encarando a bebê. E foi algo incrível de vê, ela o encarava ela sorria.— Como ela ficou tão apegada a você? Olha a cara dela pra você. — Sorri engolindo os restos de lágrimas. — Meu amor ela é tão linda.— Ela tem os seus olhos, e esses
O despertador tocou. Era hora de levantar. Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar
Embora Marie estivesse todos os dias na casa da avó na parte da tarde, ele pouco vinha busca-la, a não ser seu motorista, Teodoro. Talvez fosse azar de Cecília. Ela tinha outro filho, o Carlos. Esse que não era visto, mesmo. Ele era afamosa "ovelha negra" da casa dos ricos e renomados Martins. Carlos vivia aos luxos, em viagens exuberantes e lugares luxuosos. Pobre Cecília. Já a vi ter discussões sérias com Carlos pelo telefone. Carlos superara Lúcio, com toda certeza. Após deixar a mesa pronta para o café da manhã, esperei que dona Cecília viesse tomar café, mas não a encontrei. Alguns minutos mais tarde, ouvi à voz de Cecília vindo do lado da lavanderia. Ela estava conversando com Jorge sobre uma lista de compras a serem feitas no Supermercado do Messias. Ele tinha um supermercado no condomínio o qual dona Cecília morava. Senti-me um pouco tonta. Estava faminta, mas eu tinha que me acostumar àquilo. Voltei à cozinha para beber uma xícara de café. Encontrando Cecília, fiz isso o m
Eu senti um impulso, foi como um susto. Ergui o corpo para frente me fazendo acordar imediatamente. Era aquele famoso susto que nos dizem que estamos crescendo, mas de uma forma mais intensa, eram como espasmos. Ergui meu corpo passando as mãos sobre meus cabelos soltos. Demorei um pouco pra raciocinar, pra entender onde estava. Aos poucos flashes e memórias começaram surgir, e foi devastador lembrar o que tinha acontecido. Minha primeira reação foi levantar da cama com um pulo, mesmo ficando tonta e caindo logo em seguida. Não conseguia e não podia acreditar no que tinha acontecido, não conseguia aceitar que fui testemunha ocular da morte da minha patroa, eu não posso negar, estou com medo. Uma enfermeira abriu a porta e quando percebeu meu estado ela veio correndo em minha direção logo que me viu sentada tentando erguer meu corpo que parecia pesado e fraco. — O que aconteceu? A senhorita está bem?— Ela questionou segurando-me passando meus braços por seu pescoço. Meu estômago do
— Olha garota!— Ele voltou puxar meu braço direito. Seu telefone tocou. Vi ele fazer uma careta e resmungar soltando meu braço pra encarar o visor do chamador. — O que é?— Sua voz saiu grave e séria. Lúcio parecia totalmente sem humor algum. — Eu já disse que não Gabriela. Siga a sua vida e me deixe com os meus problemas, não era isso que você queria? Enquanto ele falava o que parecia ser com sua esposa ou ex-esposa , Eu não entendia ao pé da letra o estado atual dele e a mãe da Marie. Percebi o curto período em que ele deu atenção fixa ao que ouvia no telefone. Aproveitei a oportunidade para finalmente fugir daquela situação, mas Lúcio ao contrário do que eu pensei me puxou novamente pelo pulso me virando contra a parede novamente enquanto praticamente pedia em pensamento que a ligação finalizasse logo. Minhas costas doeram no exato momento em que senti ser presa contra a parede. — Hum!— Resmunguei. Usei a mão esquerda que estava livre para puxar os cabelos que estavam sobre meu
Os dias estavam passando de pressa, já se passara uma semana desde em que fui detida. Eu não tinha notícias de meu filho, muito menos de minha vó, também não tive condições de pagar se quer um advogado. Quanto mais o tempo passava pior se tornava a situação ao meu respeito. Por mais que insistisse que não sou culpada, que falasse por detalhes tudo que aconteceu naquele dia, parecia asneira aos ouvidos dos investigadores e promotores. Eu não imaginava que a situação ficaria tão desesperadora. Minha vó estaria angustiada com tudo aquilo, eu tinha certeza. Eu precisava pensar no que fazer no que falar. Mas era praticamente "ridículo" como o próprio investigador ácido me falara á uns dias atrás. — Isso está ridículo Samira, o tempo tá passando e quanto mais você insiste em negar menos tempo e chance você tem, veja bem... — Ele puxou a cadeira sentando a minha frente. — Você se safaria muito melhor se aceitasse as acusações, seria ré primária, ficha criminal linda e limpa, você conseguir