— Eu tenho mantido contato com minha mãe biológica, eu sei que você sabe que eu não era filho biológico da Cecília.— Ele pausou pensando nas palavras.— Mas não quero que se aproxime dele de outra forma, ele é meu irmão.— Voltei soltar o meu braço imediatamente.— Porque está me dizendo isso afinal?— Questionei voltando agasalhar minha roupa.— Porque não quero que se aproxime dele. Eu gargalhei nem um pouco humorada, era um sorriso amargo. Agora eu sou aproveitadora que me aproximo de homens? Mas que palhaçada era aquela?— E desde quando tenho que seguir ordem suas, senhor Lúcio?— Puxei o braço do primeiro garçom que surgiu com algum drink, eu o bebi em um gole só.— Você não manda em mim, e se caso Richard for um homem interessante, e UM HOMEM DE VERDADE, não vejo problema algum. Eu acho que você me deu um empurrão pra fora de sua vida, não foi? Está aqui querendo me controlar com que direito? — Empurrei o peito dele, ele cambaleou para trás com uma expressão assustadora.— Então me
Dois dias depois eu estava fazendo a maior loucura da minha vida, fugindo sem rumo com uma criança pequena. Eu me sentia pessima em ter que fazer isso. Minha vida é tão instável, tenho medo do que tudo isso pode causar ao meu filho, me dói ter que viver sendo levada pela correnteza da vida.Mas eu não podia permanecer naquele lugar, eu não podia ter que rever o Lúcio, minha barriga vai dar sinal um dia, não quero que ele descubra dessa forma, não quero nem mesmo que ele saiba da existência dessa criança. Não quero ser um peso na vida dele, sabe Deus o que podem inventar sobre mim, parte das palavras do Lúcio tinha razão. Talvez eu seria massacrada pela mídia e não queria que meu filho tivesse que passar por isso, já bastava ter uma mãe que já foi presa acusada de matar a patroa. Não fazia ideia de pra onde iria, estava deixando tudo para trás, escola do Caleb, meu trabalho. Teriamos que enfrentar uma barra atrás da outra e estou ciente disso. Pelo menos dessa vez, eu tinha mais cond
4 MESES DEPOIS...Joguei os cabelos para trás prendendo em um coque. Encarei o mar logo em seguida, era uma vista linda e reconfortante, aconchegante e acima de tudo transmitia paz. Soltei um suspiro enquanto minha mente trabalhava em pensamentos distantes e dolorosos. A vida pra mim tem sido uma caixa de surpresa, nem todas elas foram boas no decorrer do caminho, dentre elas alguns ensinamentos que acabaram sendo um pouco dolorosos. Mas no fim eu estava grata, grata por minha vida, pela vida do Caleb e por aquela vidinha que estava crescendo muito rápido dentro de mim. Encarei a barriga arredondada e muito evidente por sinal.Os meses passaram rápido, no começo foi difícil aceitar. Muitas noites sem sono onde eu me enxergava sozinha mais uma vez sem suporte algum. Meus pensamentos estiveram divididos entre desistir daquela gravidez e focar no sustento do Caleb. É eu fui egoísta sim ao pensar naquilo, principalmente por saber que aquela criança não tinha culpa alguma dos meus erros, eu
Aquela noite dona Ana me impossibilitou de ir ao bar, ela me mandou descansar e avisar se caso voltasse a sentir dor novamente no estômago. Meu novo emprego era atendente, durante o dia cuidava do mercadinho de dona Ana, a gente revezava. Ela mesma me deu essa opção devido ter o Caleb. A noite a gente seguia ao barzinho que também era dela, era um bar pequeno mas que trazia lucros o suficiente para sua vivência ali já que era tão pequeno. Dona Ana optava por uma noite mais curta já que envolvia bebidas, e já que passava o dia no mercado o bar era quase que desnecessário.Aquela noite eu não consegui dormir nadinha. Ergui-me da cama espreguiçando o corpo, observei Caleb que dormia muito tranquilamente. Cobri o seu corpo por completo deixando quentinho, ali fazia bastante frio. O deixei dormir, abri a porta e caminhei pela ilha, eu fui a praia novamente já que era tão perto. Ainda me sentia desconfortável, meu corpo parecia estranho e mais cansado que o normal, sem contar os meus pés
— Não foi simplesmente por ignorância Lúcio.— Eu respondi tão cansada. Tive vontade de me deitar e cessar com aquele assunto.— Eu sei que não, teve o egoísmo também.— Ele completou aproximando de mim.— Eu sei muito bem que deveria ter feito as coisas de outro jeito, eu me culpei por 4 meses pelo seu sumiço eu te procurei como um louco, você não sabe o quanto eu estava preocupado com você com o pobre do Caleb que não tinha nada a ver com nossa história. Agora me diz que mãe é você ?— Minha respiração ficou irregular, eu estava ficando nervosa mas não tinha palavras para responder, eu não tinha.— Como pode fazer uma loucura dessas? Você não pensa nele primeiro? Tudo que eu sento está se transformando em raiva se você não me der pelo menos uma resposta convincente.— Lúcio ficou ainda mais próximo, ele estava tão próximo que eu me vi com vontade de abraçá-lo forte e deixar que as minhas lágrimas escorressem. Eu puxei a respiração e finalmente tive forças para responder.— O que quer que
Eu me mexi ainda de olhos fechado na manhã seguinte. Dava pra sentir um peso de alguém ao meu lado. Ao abrir os olhos me deparei com Lúcio que me apertava em seus braços de uma forma que era impossível sair. Eu tentei sair de forma silenciosa, mas era impossível.Encarei seu rosto passando muito tempo observando cada detalhe nele que o tornava tão lindo. Toquei suas bochechas deslizando a mão por elas. Beijei sua testa logo em seguida, toquei sua testa e mantive as carícias até sentir que ele tinha acordado. Horas mais tarde eu voltava acordar de um outro sono, dessa vez eu estava no sofá, e não fazia ideia de como tinha ido parar nele.Lúcio me encarava muito atento, parecia levemente preocupado. Eu sorri vendo ele me acompanhar no sorriso também.— O que houve?— Perguntei cobrindo o rosto.— Você não para acordada, achei que estava em coma.— Ele sorriu ao dizer aquilo. Esbocei uma gargalhada sincera, se ele soubece como é estar grávida. — Dormir é o menor dos efeitos, o pior é a fo
— Eu disse que tudo era questão de tempo e o quanto estão dispostos a fazer dar certo.— Ela falou.— Pena que não tive tempo de fazer isso. Minha história seria diferente se tivesse feito o que deveria ter sido feito. Fugir nunca é a decisão certa.Senti vontade de chorar ao pensar nela. Ana era uma senhora incrível e só de me colocar na situação que ela esteve, consigo sentir a dor de perder seus dois amores.Com certeza foi uma perca imensurável e extremamente dolorosa. Mesmo que aquela criança não tivesse sido planejada, eu não queria perdê-la nunca e depois desses meses distante do Lúcio eu também não queria perdê-lo. Era algo que eu não conseguia nem imaginar o quanto era doloroso. Lúcio e Caleb viam em nossa direção e dona Ana não perdeu a oportunidade para dizer:— E você deixou de fora o detalhe de que o Lúcio era tão bonitão.— Ela cutucou meu braço com seu cotovelo e nós duas gargalhamos entonado. — Fiquei curioso com esses sorrisos agora.— Lúcio comentou ao sentar ao meu la
No dia seguinte Lúcio comunicou que Caleb estava matriculado e estudaria com Anne e claro que Anne amou o anúncio feito por Lúcio no café da manhã. Foi divertido dividir a mesa nós quatro, ou melhor nós cinco, tinha o bebê guardado ali.As crianças estavam a todo vapor ligadas no 220. Eles tinham muito do que brincar e aproveitar, já Lúcio tinha muito trabalho e ele me contaou isso minutos após o café. Ele ficaria sumido durante o dia pois tinha muito trabalho acumulado. Eu percebi que tinha que organizar minha lista de tarefas, eu tinha muita coisa que aprender, como o fato de ter uma família, tinha a Anne também e eu precisava cuidar dela também como se fosse uma filha minha. Não seria difícil aquilo, ela era muito sociável e adorável.Encarei aquela mansão pensando exatamente por onde começar, no fundo eu estava um pouco nervosa, minha diferença de idade com o Lúcio era um pouco grande, e eu reconheço que ainda tinha muito a aprender, então sabia que com certeza hora ou outra tería