A cada palavra que saía do telefone, a voz de Gisele se tornava mais desesperada.
Bruno só a ouvia em silêncio, sem emitir um som ou dar qualquer resposta. Eu não sentia muita simpatia por Gisele, mas naquele momento consegui entender o que havia na voz dela, porque, em outros tempos, eu também costumava mencionar Bruno com frequência.
Eu também já passei por momentos em que o chamava repetidamente, sem obter qualquer resposta dele. Através da voz de Gisele, parecia que eu via o meu próprio passado.
Quando eu pensava nele, quando o desejava, será que ele também ficava parado, sem qualquer reação, como agora? Fechei os olhos. Esse amor sombrio e desesperançoso, eu realmente não queria mais vivê-lo.
— Vai vê-la, ela precisa de você.
Bruno ficou em silêncio por um instante, depois sorriu, mas seu rosto parecia pálido.
— Tá bom, vou fazer o que você diz.
Dessa vez, ele não olhou para trás. O som do carro ligado logo preencheu o ar da casa.
Mais uma vez, Bruno partia, dessa vez por cau