Bruno parecia me enxergar completamente como sua inimiga. Para quem não soubesse a verdade, poderia até parecer que quem foi esfaqueado não foi Gisele, mas ele.
— Bruno, essa história não tem nada a ver com Rui, nem Juan, então não envolva pessoas inocentes.
Bruno já havia mencionado antes que queria me jogar na delegacia, e eu, na minha ingenuidade, ainda nutria a esperança de que, se conseguisse provar minha inocência, tudo ficaria bem.
Mas, agora, estava óbvio que ele não estava brincando. Ele estava disposto a fazer qualquer coisa por Gisele, sem nenhum escrúpulo.
Subestimei o quanto ele podia ser cruel comigo.
Ele me pressionava por dois motivos: ou para descontar sua raiva por Gisele, ou para que eu fosse implorar a ele. Mas eu me recusava a fazer qualquer uma dessas coisas.
— Inocentes? Um mestre da advocacia apontando uma metralhadora para mim, você deve estar bem satisfeita, não é?
O olhar dele ficava cada vez mais sombrio enquanto eu erguia o rosto, sorrindo para ele.
— Esto