A voz de Bruno cessou de repente.
Vi seu corpo endurecer bruscamente, como se fosse um personagem de um mundo virtual que, de repente, travasse, tornando-se estranhamente irreal.
Ele permaneceu imóvel por alguns segundos, com os olhos avermelhados de raiva e uma dor indescritível estampada no olhar.
Rangendo os dentes, ele cambaleou para fora, e logo em seguida ouvi um som estrondoso vindo da direção do bar, como algo se partindo em pedaços, reverberando pelo ambiente.
Segui até lá e, como suspeitava, vi taças quebradas e vinho espalhados pelo chão. Não muito longe, o tapete também não havia sido poupado, manchado por respingos do líquido vermelho.
O homem que, há poucos instantes, exibia sua arrogância diante de mim, agora parecia uma criança desamparada. Ele apertava os punhos com força, enquanto encarava o caos no chão, com os braços tremendo incontrolavelmente.
Bruno, como se temesse ser visto naquela condição, cruzou os braços em frente ao peito num gesto de proteção.