Capítulo 472
O homem, que havia se acalmado por um momento, agora voltou a encarar com um olhar afiado.

Eu permaneci imóvel, mas minhas mãos, escondidas atrás de mim, apertavam firmemente a alça da bolsa. Parecia que só assim eu poderia encontrar um pouco de segurança diante do olhar opressor dele.

— Eu realmente não lembro mais. Além disso, meu celular nem funciona aqui. Vou precisar esperar o Zeca providenciar o chip para mim...

Antes que eu pudesse terminar, Bruno me interrompeu:

— Ou você liga, ou eu ligo por você.

Ele franziu as sobrancelhas, seu rosto ficando cada vez pior, de forma evidente.

Ele acreditava que Ana não poderia se esquecer de tudo sobre ele, mas, ao mesmo tempo, temia que isso fosse exatamente o que tinha acontecido.

Se alguém decidisse, de coração, esquecer, como seria possível ainda lembrar?

Bruno percebeu que, se Ana estava dizendo a verdade, então ela havia escolhido apagá-lo da memória, o que era muito mais doloroso do que o simples esquecimento natural.
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