Uma pessoa que normalmente tinha tanto medo de sentir dor, naquele momento já não se importava mais.
O som agudo das algemas chacoalhando era claro e penetrante, enquanto a voz de Gisele, embargada pelo choro, soava ainda mais desoladora no vento uivante.
— Irmão, a Ana mandou a polícia me prender. A mamãe também está na delegacia agora. Se você realmente acha que viver é tão difícil, que precisa nos abandonar, então vá mais devagar. Espere por mim e pela mamãe, porque a Ana com certeza vai nos matar!
Ao ouvir isso, o olhar disperso de Bruno começou a focar nos pulsos de Gisele. Só então ele percebeu que ela estava algemada.
Ele moveu os lábios, perguntando com dificuldade:
— Por quê?
— A mamãe foi incriminada pela Ana, envolvida em um caso econômico. Disseram que ela desviou dinheiro público. Eu não sei por quê! A mamãe só disse que a Ana fez isso para se vingar!
Bruno olhou para o céu azul com uma expressão apática, acreditando que ele próprio era o motivo de Ana ter per