Capítulo 382
Bruno permaneceu em silêncio.

Ele virou o corpo para longe de mim, sua coluna, que sempre fora ereta, curvando-se como uma pequena montanha.

Retirou um maço de cigarros e, após várias tentativas frustradas com o isqueiro, finalmente conseguiu acender um, pois não fumava há muito tempo.

A fumaça se espalhou ao seu redor, formando uma nuvem densa.

Fui acometida por uma tosse, sufocada pelo fedor do tabaco; se não fosse pela dor insuportável que sentia, tudo ao meu redor pareceria irreal, como se fosse um sonho.

Bruno se virou para me olhar, seus olhos negros ardendo em desprezo. Com um movimento brusco, apagou o cigarro com as mãos e, em um tom sereno que parecia desconectado da situação, disse:

— Como isso é possível?

Ele desviou o olhar, passando os olhos pelo meu corpo. Não conseguindo suportar a cena, franziu a testa e me ergueu nos braços, levando-me ao banheiro para tomar um banho.

A cama estava tão bagunçada que já não era mais possível descansar.

Após uma longa luta que qua
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