Eu até que aguentava bem o álcool, mas hoje bebi rápido e com pressa, então essa minha resistência não fez diferença diante da quantidade que me obrigaram a beber.
Eu já estava bêbada, e em meio à confusão, vi o rosto sorridente de Rui se contorcendo. Ele se inclinava para trás, com as mãos nos bolsos, e de repente, aquela juventude que estava sumindo da minha memória reapareceu.
Meus olhos ficaram um pouco marejados.
Se o tempo pudesse voltar, como seria bom. Eu não teria casado com Bruno, e não estaria lidando com tantas complicações agora.
Quem me deu coragem para confessar a Bruno, afinal?
Que tolice. Mesmo voltar a brigar com Rui na infância seria melhor do que o presente.
Eu virei a garrafa vazia sobre o balcão e estendi a mão para pegar outra. As garrafas já estavam duplicadas diante dos meus olhos, e por mais força que eu fizesse, não conseguia abrir.
Rui acenou com a mão, e Juan, sem alternativa, pegou minha garrafa, abriu ela e a colocou na minha frente de novo.
— Beba devaga