Capítulo 152
O hospital era sombrio, com corredores silenciosos, e a luz amarelada ainda não havia sido trocada pela clareza do dia.

Apenas sombras, tão tênues que pareciam prestes a se dissipar, me acompanhavam enquanto eu, trôpega, correu até o quarto privado no andar superior.

Meu corpo, que havia esperado a noite inteira, começava a aquecer-se com o batimento acelerado do coração; meus pés frios recuperavam lentamente a sensação.

Dentro do quarto, um homem estava tossindo, e eu lutava internamente: quando entrasse, deveria ou não levar um copo d’água para Bruno?

Enquanto pensava, minhas pernas pareciam se desconectar do restante do corpo.

Uma sensação intensa de formigamento subia dos pés, a ponto de eu não conseguir me mover.

A tosse de Bruno persistia.

Desesperada, ergui a barra do vestido, como se apenas ao olhar para os pés pudesse me certificar de que ainda estavam ali.

Comecei a pisar lentamente sobre o espesso carpete, sem saber qual era a dor mais insuportável: a que atravessava me
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