A briga daquela noite no apartamento de Lucas não terminou com a porta batendo com força. O eco ainda reverberava no corredor vazio quando Sofia desceu as escadas correndo, o coração acelerado, as mãos tremendo enquanto chamava o Uber no aplicativo. Lágrimas quentes escorriam pelo rosto dela, borrando o rímel que ela havia caprichado para o jantar que planejara — um jantar que acabou em gritos.
“Você prefere o trabalho a mim!”, ela havia gritado, a voz embargada. “Eu me sinto tão sozinha nesse namoro, Lucas! Você chega tarde, mal fala comigo, e quando fala é sobre reunião, deadline, Roberto isso, resort aquilo... Eu não aguento mais ser a segunda opção!”
Lucas tentara se defender, a voz alta também, mas com um tom de frustração mais do que raiva. “Sofia, você sabe que isso é temporário! Esse projeto é a chance da minha vida. Eu tô fazendo isso pela gente, pelo futuro!”
“Pelo futuro?”, ela retrucara, rindo sem humor. “Que futuro? O nosso ou o seu sozinho? Porque eu não me vejo mais nel