As semanas seguintes ao retorno da ilha só pioraram o que Sofia já sentia como uma rachadura crescendo no relacionamento. Lucas mergulhava cada vez mais nos projetos da família — não só o resort em Miami, mais ideias para expandir a cadeia de hotéis com foco em sustentabilidade, algo que ele justificava como "meu toque pessoal, inspirado em você, amor". As ligações com Roberto viraram rotina diária: manhã cedo, almoço, noite adentro. "Só mais uma call, pai quer minha opinião no layout do rooftop", dizia ele, o laptop sempre aberto, o telefone no viva-voz ecoando pelo apartamento dele.
Sofia tentava entender. "É fase, vai passar depois da inauguração em março", repetia para si mesma enquanto estudava para as provas finais e corria com o TCC. Mas a distância não era só física — era emocional. As mensagens dele ainda eram carinhosas, mas curtas e espaçadas: "Bom dia, te amo, dia cheio hoje". As ligações? Raras, e quando rolavam, ele falava 80% do tempo sobre trabalho: "O pai adorou a ide