Os meses após o confronto na ilha passaram como uma página virada com firmeza, mas não sem dor. Sofia decidiu, de uma vez por todas, que Rafael havia escolhido seu caminho. Bloqueou o número dele, apagou as fotos antigas do celular e guardou as memórias boas em uma caixa que raramente abria. Helena, depois de algumas semanas chorando em silêncio, começou a aceitar: “Ele é adulto, filha. A gente fez o que pôde.” A galeria de arte da mãe ganhou forma — um espaço pequeno na Rua Augusta, com exposições de artistas locais —, e isso trouxe um novo brilho aos olhos dela.
Sofia mergulhou na faculdade como nunca. O último ano de Design de Interiores exigia projetos finais ambiciosos: ela escolheu reformar virtualmente uma casa sustentável no centro de São Paulo, com materiais reciclados, iluminação natural e móveis modulares. As noites eram longas no computador, mas gratificantes. Luiza virava companheira de estudo constante, trazendo café e fofocas para aliviar o estresse.
E havia Lucas.
Ele