“Martim Monterrey”Eu estava concentrado na tela do computador quando a Abigail entrou em minha sala bastante séria.- Tem um minutinho, Martim? – Ela parecia preocupada.- Depende, para a minha coelhinha ou para a minha insuportável? – Eu me recostei na cadeira e a encarei.- E elas não são a mesma pessoa? – Ela me olhou confusa.- Sim, mas são duas personalidades completamente diferentes. – Eu sorri. – Não sei de qual eu gosto mais.- Mas é um bobo mesmo. – Ela riu e caminhou para em minha direção, parando bem em minha frente.- Quantas, Martim? – Ela me perguntou e eu não entendi a que ela se referia.- Quantas? – Eu a olhei desconfiado. – Quantas o quê, Abi?- Quantas mulheres aqui nessa sala? – Ela perguntou e eu entendi o que ela queria saber e já fiquei preocupado.- Não vá por um caminho que não vai te deixar feliz, Abi! – Eu respondi.- Eu quero saber. Quantas? – Ela insistiu e subiu no meu colo, apoiando um joelho de cada lado do meu corpo.O seu vestido subiu o suficiente p
“Abigail Zapata Monterrey”Eu tinha ido à sala do Martim só para implicar com ele. Eu o peguei com mulheres diferentes ali algumas vezes, mas eu nunca me esqueceria da primeira vez. E eu realmente queria que ele se esquecesse de todas as mulheres que haviam estado ali.Mas o nosso momento foi interrompido pelo Emiliano com uma proposta indecorosa. E depois que o Emiliano saiu da sala do Martim, o telefone dele tocou e eu acabei voltando para a minha sala sem concluir o que eu havia ido fazer lá.Agora eu estava aqui, sentada nesse restaurante italiano, esperando a Camila, que tinha sido a autora convite, chegar. E ela estava atrasada vinte minutos.- Eu estou com fome e vou fazer o meu pedido! – Eu informei, já sentindo o mau humor da fome me pegar.- Abi, só mais um minuto, por favor? – O Emiliano pediu e eu o encarei já impaciente.- É muita falta de respeito ela se atrasar assim. E o pior é que a criatura nem trabalha, fica em casa o dia inteiro à toa. – Eu reclamei, mas esperei.-
“Martim Monterrey”No fim do dia a Camila ainda não tinha aparecido e eu estava grato por isso. Aquelas duas conseguiram acabar com o bom humor da Abigail, que não quis mais almoçar e se trancou em sua sala depois que voltamos do restaurante. Eu tentei de todas as formas fazê-la baixar a guarda, mas ela estava irredutível. Nem o lanche que eu mandei entregar abrandou o coração dela. Eu já sabia que quando ela se fechava assim, dificilmente se acalmaria.Mas eu estava preocupado, afinal nós ainda receberíamos a sua madrasta em casa à noite e essa, pelo que eu já sabia, tinha potencial para despertar a fúria da Abigail só com a sua presença.- Posso entrar? – Eu abri apenas uma fresta da porta da sala dela.- Pode. – Ela respondeu, fria e sem levantar a cabeça.- Vamos pra casa, coelhinha. – Eu chamei calmamente.- Eu vou terminar isso aqui. – Ela respondeu quase que automaticamente, parecia que nem estava ali.Eu criei coragem e me aproximei, me abaixei ao lado da sua cadeira e comecei
“Abigail Zapata Monterrey”Eu estava rindo da gracinha que o Martim fez e olhando para ele, pensando se ele estava só me fazendo rir ou se estava me fazendo uma promessa, eu abri a porta mais por um ato mecânico, mas eu ainda estava presa nos olhos brincalhões dele.- Ah, mas se eu soubesse que você ficaria tão feliz em me receber eu teria vindo antes, Abigail! – Eu ouvi a voz da Magda e o meu sorriso se fechou imediatamente. Eu simplesmente bati a porta na cara dela, por mim, que fosse embora. E o Martim riu ainda mais.- Coelhinha, você realmente bateu a porta na cara da inconveniente? – O Martim tinha um sorriso lindo quando ele sorria assim, tão leve e despreocupado, parecia que ele sorria até com os olhos.- Ah! Bati? Nem percebi! – Dei de ombros e ele esticou a mão e girou a maçaneta, abrindo a porta.Eu virei e vi de pé em minha frente a chata da Magda, o filhinho idiota dela e o Tony. Eu não estava muito feliz com o Tony por me fazer receber essa mulher e achava bom que essa v
“Martim Monterrey”Eu estava achando que havia me preocupado à toa, a Abigail sabia lidar com as cobras muito bem. A forma debochada e direta com que ela tratava a madrasta e o filho era divertida, deixando claro que não os suportava e que eles estavam incomodando. Mas ela estava cutucando a fera e eu talvez precisasse ficar atento para protegê-la. Essa tal Magda realmente não era boa coisa.- Senta, mamãe, pensa na herança. – O tal de Enrico falou no ouvido da mãe, mas todos nós ouvimos muito bem.- Muito bem, vamos ver quantos absurdos eu terei que suportar. – A Magda limpou a garganta e se sentou engolindo o desaforo.- Não é nenhum absurdo, Magda! Não seja dramática. – O Tony chamou sua atenção. – Vou lembrar aos quatro que o juiz concordou com esse termo de condutas que deverá ser seguido por vocês. Vamos lá, primeira coisa, a Magda e o Enrico vão dividir o quarto.- Isso é alguma piada? Olha o tamanho dessa casa, com certeza tem mais de dois quartos aqui. – A Magda reclamou.- A
“Abigail Zapata Monterrey”Eu ainda estava me deliciando com a diversão que o Martim me proporcionou. Eu não sabia do que tinha gostado mais, do acordo, das câmeras ou dos meus cunhados aqui conosco, porque conhecendo a Pilar, a Magda iria se arrepender dessa ideiazinha estapafúrdia de vir me atormentar.- Ai, Martim, você merece um prêmio! – Eu pulei em seu colo e passei minhas pernas pela sua cintura quando ele trancou a porta do nosso quarto.- Mereço é? – Ele me olhou de um jeito safado, como se já soubesse o que pedir.- Merece. Eu jamais teria pensado em tudo isso! Sinceramente, quando você quer ser mau você é ótimo! – Eu olhei para ele animada.Ele me segurava em seu colo e tinha um sorriso sedutor.- Qualquer coisa por você, coelhinha. – Ele me beijou rapidamente e caminhou comigo até a cama, se sentando e me mantendo presa a ele. – Não se esqueça que temos que falar baixo. – Ele sussurrava em meu ouvido. – Me desculpe por trazer os meus irmãos sem te avisar.- Está brincando?
“Pilar Monterrey”Quando o Martim me ligou no dia anterior explicando que precisava da nossa ajuda para colocar a madrasta insuportável da Abigail pra correr da casa deles, eu nem precisava saber da história toda, eu aceitei ajudar na hora, não só porque eu faria qualquer coisa pelos meus irmãos, mas porque eu também faria qualquer coisa pela Abi, que se tornou como uma irmã. Eu já tinha muitos planos para infernizar aquela criatura.- E então, perua, qual a história? – Eu me debrucei sobre o balcão em frente a tal de Magda.A mulher era uma dessas madames que ficam ricas de uma hora pra outra e se deslumbram com o dinheiro. Ainda eram sete da manhã e ela estava coberta de jóias, maquiada e usava um sapatinho modelo Chanel de salto e um tailleur. Mas essa mulher não tinha lugar nenhum pra ir, passaria o dia todo em casa vestida como se fosse a um evento de caridade da alta roda social.- Sua mãe não te ensinou a ser educada com as pessoas? – Ela me encarou com aqueles frios e pálidos
“Camila Fernandes”Eu precisava ensinar umas coisinhas para a Letícia, ô mulher burra! Eu armava o esquema todo e ela simplesmente brotava no restaurante sem nenhum plano, só se jogando pra cima do Martim. Claro que ia dar ruim! Mas como eu ia fazer aquela lesada entender que assim ela não conseguiria nada? E ainda por cima, quem se deu mal de novo fui eu!Mas, eu também precisava de um aliado naquele escritório e sabia exatamente quem eu deveria recrutar. Aquela recepcionista falsa achava que enganava todo mundo, mas eu sabia reconhecer o tipo, o dia inteiro só lixando as unhas e de olho em tudo.- Malu, querida, como você está? – Eu cheguei sorrindo, com uma simpatia que me custava muito ter, e me encostei no balcão da recepção da construtora.- Está doente, Camila? Geralmente você nem me nota! – A viborazinha não entendia sutilezas, então eu teria que ser direta.- Pois é, mas eu noto os aliados e eu sei que você também não suporta a Abizinha! – Eu fui direto ao ponto com um sorris