Assim que a porta se fechou e o carro levando Tamara desapareceu pelo portão, Alexander voltou para dentro da casa com o semblante sério. Encontrou Liz na sala, ajudando Adélia com os últimos ajustes na mochila antes de a menina sair para a escola com o motorista. Quando Adélia partiu, ele se aproximou e puxou Liz suavemente pela mão, conduzindo-a até o sofá. — Eu tive uma conversa definitiva com a Tamara — ele começou, olhando-a nos olhos com firmeza. — Disse tudo o que precisava ser dito. Fui claro que não vou mais tolerar nenhum tipo de manipulação ou mentira. Ela tentou se defender ,justificar suas atitudes nada corretas , mas entendeu o recado. Liz respirou fundo, observando a expressão dele. — Você vai proibi-la de vir aqui? — Eu pensei nisso — ele confessou. — Mas por mais que esteja decepcionado , não posso , a Adélia adora a tia . Elas são muito apegadas. Só deixei bem claro que, se ela cometer mais uma tentativa sequer de interferir entre nós, aí sim... eu a
— .Para te possuir com a fome que eu estou de você , eu entregaria toda a minha fortuna. Enquanto falava, abaixou rapidamente a própria calça e boxer. Com um só movimento, ele a penetrou profundamente, fazendo Liz soltar um gemido alto e descompassado. — Alexander! — ela gritou, os dedos indo automaticamente à boca dele para abafar os sons. Mas ele não parou. As estocadas eram firmes, intensas, acompanhadas do som abafado dos corpos se chocando e dos gemidos cada vez mais urgentes dela. Seus olhos se encontraram, famintos e viciados um no outro. O escritório, os papéis, a mesa, tudo sumiu. Só existia a intensidade selvagem do momento. Alexander segurava firmemente a cintura dela, enterrando-se mais fundo a cada impulso, enquanto Liz se contorcia de prazer sob seu toque e domínio, presa entre a madeira fria da mesa e o calor do corpo dele. Ela não era mais uma funcionária naquele instante. Era sua mulher, sua obsessão, seu vício. E ele, o homem que faria tudo por ela. Até
— É porque minha funcionária barra esposa é uma coisinha gostosa demais para resistir. Logo depois, ela foi com ele até o carro, beijaram-se novamente, e ele voltou para a empresa. Mas a cabeça de ambos continuava longe. No desejo. No que estavam se tornando um para o outro. E, principalmente, no que ainda estavam tentando esconder. Quando a noite chegou depois de mais uma sessão de sexo com seu marido insaciável que agora estava dormindo com a expresso serena na cama deles , Liz desceu as escadas em silêncio, no meio da noite, a camisola leve colada ao corpo ainda úmido do banho. A casa estava mergulhada em um silêncio acolhedor, quebrado apenas pelo leve sussurro do vento nas janelas. Tudo estava tranquilo — ao menos por fora. Ela foi até a cozinha buscar um copo de água, sentindo a garganta seca, o corpo ainda sensível depois da intensa noite com Alexander. Mas assim que se aproximou da porta da cozinha, o cheiro forte de café fresco vindo da cafeteira que a empregada certamen
Quando finalmente a resposta apareceu, ela levou as mãos à boca, o ar preso no peito. "Grávida – 4 semanas." A confirmação caiu como um trovão silencioso dentro dela. Grávida. Quatro semanas. A gravidez ainda era recente, mas real. Tão real quanto o medo que agora a consumia. E também… tão real quanto a vida que começava a crescer dentro dela. Ela chorou. Chorou em silêncio, em desespero, em alívio — tudo ao mesmo tempo. A cabeça apoiada contra a parede, as mãos sobre o ventre ainda plano. — Meu Deus… — sussurrou, a voz embargada. — O que eu vou fazer agora? O teste escorregou de suas mãos e caiu no chão. Ela sabia que teria que contar. Sabia que Alexander descobriria, mais cedo ou mais tarde. Mas também sabia que, quando isso acontecesse, não haveria volta. Ele poderia cumprir a ameaça que lhe fez a punir separando do seu filho assim que ele nascesse . Liz só queria entender o porquê dessa aversão dele por ser pai novamente se parecia adorar ser pai de Adélia .Era a
Liz passou o dia inteiro com os nervos em frangalhos. Não conseguia se concentrar em nada, sequer saboreou o almoço preparado com tanto carinho pela cozinheira. Caminhava pela casa como um fantasma, com as mãos instintivamente pousadas sobre o ventre ainda plano, mas já cheio de significado. Pensava e repensava nas possibilidades — esconder a gravidez de Alexander até que fosse impossível negar, ou... fugir. Fugir antes que ele descobrisse. Porque uma coisa era certa: quando ele soubesse, o chão entre eles ruiria. Alexander sempre deixou claro que não queria mais filhos. Que era uma regra. Que não haveria espaço para negociação. E se tivesse que escolher entre ele e seu filho, Liz já sabia a resposta. Escolheria o filho. Sempre. Perdida em seus pensamentos, foi surpreendida pela voz da governanta. — Senhora Liz… têm visita. Ela franziu a testa, confusa. — Visita? Quem? — A pessoa disse que queria lhe fazer uma surpresa, não quis se apresentar — respondeu a governanta,
Alexander se virou com os olhos injetados. — EU MANDEI AQUELE DESGRAÇADO EMBORA! EXPULSEI LÚCIO DA MINHA EMPRESA! E SABE O QUE ELE ME DISSE, AROLDO..? — ele cuspiu as palavras, aproximando-se como uma fera ferida. — ELE DISSE QUE POR TER SIDO O PRIMEIRO DELA! ELA NUNCA IA ESQUECÊ-LO! QUE ELA SÓ SE CASOU COMIGO PORQUE ELE A DESCARTOU! Aroldo engoliu em seco, vendo o o amigo em um estado que nunca presenciara. — Alexander, seja lá o que te deixou assim ,pode ser uma armação... — tentou argumentar, mas Alexander levantou a mão, interrompendo. — Ele teve sorte de sair daqui com os dentes na boca. Os seguranças me seguraram. EU IA MATAR AQUELE VERME! Ofegante, ele se virou, encarando a bagunça ao redor. — Eu tirei essa mulher da sageta ... — disse entre dentes. — Ela era só mais uma alma esquecida. Eu dei um lar, dei um nome... e ela me traiu com o mesmo lixo que a descartou. A dor foi substituída por um olhar vazio. — Eu vou acabar com isso agora. Vou mandá-la de volta
Elizabete Vasconcelos — ou simplesmente Liz, como todos a chamavam — vagava pelas ruas de São Paulo como uma alma penada, com o corpo frágil coberto por roupas sujas e os pés descalços e feridos. A fome queimava seu estômago, a sede ressecava sua boca, e o frio da madrugada cortava sua pele como lâminas. Mas nada doía mais do que a rejeição. Nada era mais cruel do que ter sido jogada no mundo por aqueles que deveriam amá-la incondicionalmente.Filha única de uma família rica e tradicional, Liz crescera sob a vigilância implacável de dois carrascos: sua mãe, uma fanática religiosa obcecada pela aparência de santidade, e seu pai, um ex-sargento do exército, severo, inflexível e completamente insensível a qualquer emoção.Seu “pecado”? Ter engravidado aos 19 anos. Uma gravidez que nem sequer foi desejada. Um acidente. Um deslize cometido em um momento de ingenuidade com o homem que jurava amá-la. Lúcio.Eles tinham usado preservativo. Mas estourou. E com ele, estourou também a ilusão de
Ela cambaleava como um fantasma à deriva, um vulto perdido entre buzinas, luzes de farol e vitrines iluminadas que contrastavam cruelmente com sua escuridão. A cidade estava viva. Mas ela… estava morrendo.Tinha perdido tudo.O amor. A dignidade. O respeito. E agora… seu bebê.— Por favor… alguém… — murmurava, a voz arrastada, sumida pelo vento. — Me ajuda…Mas ninguém parava.Até que, ao tentar atravessar uma avenida movimentada, suas pernas falharam de vez. O som de pneus cantando no asfalto, o grito de um motorista, uma buzina estridente.E então, escuridão.Mas antes de desmaiar, seus olhos ainda conseguiram captar um único detalhe.O rosto dele.Tão irreal que por um instante achou que fosse a própria morte em forma de anjo.Olhos intensos, azul profundo como o céu antes da tempestade. Cabelos escuros, molhados pela chuva, grudando na testa. Maxilar marcado. Sobrancelhas contraídas em preocupação. Ele era o homem mais lindo que Liz já vira — e o último que imaginou que veria naqu