Alexander ficou ali, de pé, como uma sombra prestes a desabar, os olhos cravados em Liz, mas agora sem a fúria cega de antes. Havia dor. Havia cansaço. E, acima de tudo, havia um amor tão maltratado e deformado pelos erros que se confundia com rancor.

Ele respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas — se é que existiam.

— Eu não vim aqui pra brigar, Liz — disse, a voz rouca.

— Não dessa vez. Eu vim aqui pra te buscar. Pra buscar vocês dois. Porque o lugar de vocês é comigo.

Ela parou de balançar Miguel por um instante. Aquelas palavras, ditas com uma vulnerabilidade que ela raramente vira nele, fizeram seu peito apertar. Mas não o suficiente.

— Não, Alexander — respondeu firme, sem olhá-lo.

— O meu lugar é aqui. Longe de você.

Ele deu um passo à frente, como se tentasse encurtar a distância que se abria entre eles desde o dia em que ela decidira fugir. Seu olhar se demorou em Miguel, que agora se acalmava, com os olhinhos vermelhos e o corpo ainda trêmulo.

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