Laís

A ressaca luminosa do evento ainda cintilava quando a cidade acordou numa segunda-feira frenética. A ONG ganhou novos seguidores, mensagens de escolas, convites para oficinas. Eu atravessei a praça com meu caderno contra o peito e a sensação agridoce de quem sabe: depois do holofote, as sombras se mexem. Nanda já estava no escritório, com café forte e a planilha aberta. Eduardo organizava as artes do estande que voltaríamos a usar no próximo fim de semana. O riso dele, livre desde a noite da nossa reconciliação, me deu coragem.

— Reunião em quinze — avisou Nanda. — Temos três pedidos de parceria e um monte de perguntas sobre orçamento.

Sentei. Gabriela entrou com um bolo simples embrulhado em pano, Rafaela apareceu brandindo potes com frutas, Lucas ajustou o tripé da câmera. Breno, atrasado como sempre, chegou com a velha bravata: — Se faltar coragem, tenho megafone.

O dia prometia ser bom — até que o primeiro estalo veio da tela de um computador.

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Eduardo

Foi Lucas quem viu p