Laís
A segunda-feira amanheceu com gosto de prova. Levantei cedo, passei o café com canela e revisei pela terceira vez o checklist da visita: luvas extras, regadores, fichas de sobrevivência das mudas, placas de identificação, planilha impressa. Eduardo circulava pela sala com o laptop aberto, conferindo o roteiro do percurso no viveiro e nas áreas plantadas. Estava calado, concentrado de um jeito que eu reconhecia: por dentro, o mar estava mexido.
— A diretora chega às duas. — lembrei, prendendo o cabelo.
— E a vice vem junto. Nanda encontrou com elas antes. — ele respondeu, sem levantar os olhos.
— Vai dar certo, Eduardo.
Ele assentiu. Quase sorriu. Quase.
Na saída, o celular dele vibrou. Ele virou a tela para baixo sobre a mesa e pegou a mochila.
— Depois eu vejo. — disse, como quem espanta um mosquito.
Engoli a vontade de perguntar. Hoje, a prova era do projeto, não das nossas inseguranças.
***
Eduardo
No bairro Bela Vista, o sol batia forte e fazia a terra cheirar a verão. Lucas