A chama amarela derretia a cera da vela, não havia eletricidade naquele ambiente inospitaleiro.
Depois que Don Bianchi se retirou, Mattia abriu duas latas de sopa e despejou em uma cuia. Parou diante da mulher silenciosa que evitou encará-lo.
— Trouxe comida! — Ele puxou a cadeira e sentou-se de frente para ela.
A direita de Lívia havia um sofá velho, ela observou o estofado florido com alguns rasgos e desviou o olhar para o cachorrinho que estava deitado ao seus pés. O cãozinho ficou o tempo todo ao lado de sua dona.
— Por que fez isso? — Virou a cabeça levemente e se concentrou no rosto dele ao questionar.
Por dentro, Mattia sentia como se a angústia fosse um fogo que lhe devorava a alma. Sustentou o olhar triste da mulher que amava:
— Não tive outra escolha… — não podia contar muita coisa naquele instante.
Ele sabia o que poderia acontecer se não cumprisse as ordens do capo da família Bianchi.
— Como não teve? — Lívia retrucou. — Você me drogou, Mattia. Nunca pensei que fosse c