De volta a mansão, as coisas estavam estranhas para Isadora.
O dia amanheceu com uma névoa leve cobrindo a cidade, como se até o clima hesitasse em revelar o que viria a seguir. Isadora acordou com uma sensação estranha no peito. Não era ansiedade. Era vigilância interna. O tipo de sensação que alguém desenvolve quando sabe que está sendo observado mesmo com as luzes apagadas.
Ela se levantou e seguiu sua rotina. Café preto, nada de açúcar. Cabelo preso em um coque elegante. Maquiagem leve, mas estratégica. Precisava manter a imagem. A blindagem. Se permitisse uma rachadura, Lorenzo atravessaria.
A porta do quarto dele estava entreaberta. Ela pensou em ignorar, seguir para o café, mas algo a impediu. Havia um som. Baixo. Uma melodia clássica fluindo suavemente do interior.
Ela bateu.
— Está vivo? Ou me deixou sozinha na mansão de um Ceo egocêntrico?
A voz dele veio arrastada:
— Entre.
Ela empurrou a porta. Encontrou-o no sofá, camisa aberta nos punhos, gravata solta no pescoço, olhos