A noite caiu devagar, tingindo o céu com tons dourados e púrpura. Isadora vestiu-se com simplicidade, uma blusa leve, calça de alfaiataria e cabelos soltos. Se Lorenzo esperava que ela aparecesse deslumbrante para o “jantar na varanda”, teria que se contentar com o seu humor pouco receptivo. Ainda assim, quando se olhou no espelho antes de sair do quarto, reconheceu o brilho em seus olhos: era raiva. Mas também era curiosidade.
Ao atravessar a sala da suíte, encontrou a varanda decorada com delicadeza. Velas em candelabros de cristal lançavam sombras suaves sobre a mesa para dois. Um garçom colocava os últimos pratos sobre a toalha branca impecável. Lorenzo estava de pé, perto da borda, observando a cidade como se tudo aquilo pertencesse a ele.
— Achei que tivesse esquecido do jantar. — ele comentou, sem se virar.
— Eu não quebro contratos, lembra? — ela retrucou, parando ao lado da mesa.
Ele olhou por cima do ombro, os olhos verdes analisando cada traço dela com calma.
— Não está com