Isadora passou a noite no escritório da casa. O sofá era duro, a iluminação incômoda, mas era melhor do que dormir no quarto sabendo que Lorenzo planejava reformá-lo como parte do contrato. Orgulho? Talvez. Mas era também proteção. Dormir em um espaço prestes a ser transformado por outro homem era simbólico demais.
Quando finalmente voltou ao quarto pela manhã, encontrou tudo diferente. O cheiro no ar denunciava o novo: cedro e âmbar. Masculino, elegante… invasivo. Cortinas de linho cinza-chumbo, tapete macio sob os pés, uma cadeira estofada em bege claro, uma orquídea branca em um vaso de cristal. O ambiente era uma extensão da presença dele. Quase como se Lorenzo tivesse deixado um traço invisível em cada canto.
Ela franziu o cenho e vestiu um robe. No corredor, encontrou Lorenzo encostado na parede, mexendo no celular com o semblante relaxado. Ele a olhou como se estivesse esperando exatamente por aquele momento.
— Dormiu bem? — perguntou, a voz rouca do recém-acordado.
— Você refo