O sol nem havia nascido quando Lorenzo recebeu a mensagem de um dos seus advogados: Marcelo entrou com um pedido de habeas corpus durante a madrugada.
Ele se levantou da cama com cuidado para não acordar Isadora, que dormia profundamente ao seu lado, os cabelos espalhados pelo travesseiro e a respiração calma. Mas por dentro, ele era um vulcão prestes a entrar em erupção.
Na sala, com o celular pressionado contra o ouvido, sua voz era fria e precisa:
— “Não me importa se foi um juiz simpático. Impeçam isso. Usem tudo. Influência, contatos, provas. Marcelo não vai sair da prisão.”
Do outro lado da linha, o advogado respondeu com firmeza:
— “Já acionamos o desembargador com as novas provas. O pedido de habeas corpus está prestes a ser negado. Mas é bom se preparar. Marcelo está tentando de tudo.”
Lorenzo desligou e olhou para a janela. O horizonte começava a clarear, mas a escuridão dentro dele ainda estava presente.
Horas depois, no andar inferior do apartamento, Isadora terminava de a