Os comentários silenciaram. Os olhares, antes de desprezo, agora se disfarçavam sob elogios contidos e apertos de mão formais. Desde o coquetel, Isadora deixou de ser “a novata que dormiu com o Ceo” e passou a ser “a mulher que dançou com Lorenzo diante do conselho.” Não era justo, ela sabia. Mas poder e imagem andavam de mãos dadas, e ela estava aprendendo a usar os dois.
Ela passava pelo corredor como se estivesse sobre trilhos invisíveis. Postura ereta, olhos à frente, nada no rosto além de serenidade firme. Ninguém precisava saber que por dentro seu coração batia como um tambor rebelde. Nem mesmo Lorenzo.
— Diretora Isadora. — chamou alguém atrás dela, e ela parou, virando-se com calma.
O homem que a abordou era novo. Alto, moreno, cabelos levemente ondulados e sorriso fácil. Terno azul marinho impecável, olhar firme.
— Eduardo Navas. — ele se apresentou — Fui transferido da filial de Madri para integrar o time do novo projeto. Ouvi dizer que você é o cérebro por trás da fusão.
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