Capítulo 20 - Território
Emma
O tecido de seda escorre por meus dedos como água enquanto trabalho nos detalhes do corpete. O ateliê está silencioso, exceto pelo suave zumbido da máquina de costura e o ocasional tilintar dos alfinetes caindo na mesa de trabalho.
Este é meu santuário. Meu território. O único lugar onde posso ser completamente eu mesma, sem máscaras ou pretensões.
— Senhorita Emma — Maria, minha assistente, coloca a cabeça pela porta. — Seu marido está aqui.
O alfinete que segurava espeta meu dedo. Peter? Aqui?
— Mande-o entrar — respondo, tentando manter a voz firme enquanto chupo o dedo machucado.
E lá está ele, preenchendo a porta com sua presença imponente. O terno cinza escuro de hoje é tão pecaminoso quanto o preto de manhã, mas agora a gravata está ligeiramente frouxa, como se ele tivesse passado a manhã toda a ajustando nervosamente.
— Pensei em te chamar para almoçar — ele diz, mas seus olhos percorrem o espaço, absorvendo cada detalhe.
— Estou ocupada — respondo