Emma
O tique-taque do relógio ecoa pelo quarto vazio enquanto me reviro pela milésima vez na cama king size. Três e quarenta da manhã. Do outro lado do corredor, separado por paredes grossas e uma porta trancada, Peter dorme em seu próprio quarto.
Seu próprio quarto. A decisão dele ainda queima em minha memória.
— Acho melhor mantermos nossos espaços separados — ele disse enquanto inspecionávamos a cobertura pela primeira vez. — Para evitar... confusões.
— Claro — respondi na hora, erguendo o queixo. — Se você não tivesse sugerido, eu mesma o faria.
Mentira. Uma mentira tão grande quanto esta cobertura luxuosa que agora dividimos. Porque a verdade, a vergonhosa verdade que admito apenas nas horas mais escuras da noite, é que queria dividir não só o quarto, mas a cama com ele.
Fecho os olhos com força, mas a imagem volta como um filme em loop: Peter pressionando aquela mulher contra a parede do hotel, seus lábios em seu pescoço, as mãos deslizando por suas curvas. O som baixo que escapo