Moira
A casa estava quieta daquele jeito que não combina com criança de quatro anos. Ainda era cedo, mas a madrugada tinha passado arranhando paredes e relógios. Eu preparei chocolate quente com pouca açúcar, receita que minha mãe me ensinou num dia de chuva e deixei a caneca na mesa, junto de um pratinho com bolacha de leite. O celular vibrou no bolso do avental.
Mensagem do Nate: três fotos. Eu abri com o coração na garganta.
Na primeira, só um pedacinho do Samuel, uma mãozinha enluvada, miúda, tentando agarrar o ar. Na segunda, o rosto dele sob a luz do berço aquecido, pele fininha, fiozinhos colados no peito, tubo ajudando a respirar. Na terceira, o vidro da incubadora refletindo olhos cansados: Nate, por trás, vigiando como