Nate Donovan
Quando o bip do monitor voltou a parecer música de ninar e a respiração da Lúcia achou um ritmo manso, eu entendi: ela tinha dormido. Desci a poltrona devagar, ajeitei a coberta até a altura dos ombros dela e fiquei um segundo só… olhando. A pele ainda pálida, os cílios compridos, a boca relaxada. Vinte minutos atrás ela chorava vendo as fotos do Samuel; agora, enfim, descansava. Era a primeira vez desde que tudo começou que o meu corpo não estava pronto para sair correndo.
Saí do quarto com cuidado, fechando a porta como quem fecha uma gaveta com porcelana dentro. O corredor da UTI parecia menos hostil sob a luz da manhã. A primeira pessoa que eu vi foi a Olivia, sentada de lado numa cadeira, mexendo no celular com aquele foco de quem resolve o mundo em tr