Lúcia Mendes Donovan
A noite, até ali, tinha sido um espetáculo à parte. Eu tinha sonhado com um jantar de união, mas, no fundo, parecia que estava organizando uma peça de teatro em que ninguém sabia a própria fala.
Foi então que a voz da minha mãe ecoou pelo corredor, firme e doce como sempre, chamando-nos para a sala de jantar. Ao lado dela vinha a cozinheira, orgulhosa de cada prato preparado.
Nos sentamos a mesa, e cada um se dispôs da maneira que achava melhor. Nate me cutucava de tempos em tempos, apenas analisando as intenções.
“Quero agradecer por terem vindo,” comecei, erguendo o copo de água. “Eu sei que a palavra ‘união’ pode p