169. Desjejum
Olivia Harrys
Acordei antes do despertador, envolta num silêncio quente que ainda tinha o cheiro da noite. O quarto estava semi-escuro, as cortinas deixando passar um fio de luz pálida. Por alguns segundos eu fiquei parada, sentindo o peso leve de um braço sobre minha cintura e o ritmo lento da respiração que batia na minha nuca. Era um tipo de paz que eu não lembrava quando tinha sentido pela última vez.
Virei de lado devagar. Enzo dormia de barriga para cima, os lençóis bagunçados na altura do quadril, o cabelo desalinhado, a boca entreaberta. Por um instante só admirei: a linha do maxilar, o desenho dos ombros, o peito subindo e descendo. Parecia irreal que aquele homem tivesse adormecido na minha cama… depois do que fizemos, do jeito que me tocou como se cada centímetro de mim tivesse valor.
Meu rosto esquentou só de lembrar. Não era como se eu fosse experiente em noites como aquela, longe disso. Eu conhecia o meu corpo, claro, mas o que aconteceu entre nós tinha tirado o chão deb