Célia Willians
O carro preto de Nate cortava o trânsito como se fosse dono da avenida. Eu mantinha distância, os olhos cravados nas lanternas traseiras. Minhas mãos suavam no volante, mas a excitação me mantinha firme. Um acidente bem calculado seria rápido, limpo, definitivo. Bastava um movimento em falso, uma curva mal feita. Um toque de leve na traseira e eles estariam virando notícia na TV.
"Olha só… parece que a sorte resolveu sorrir pra mim"
Eu não sabia o que havia acontecido com eles, podia ser uma crise, um mal-estar, ou só frescura. Não importava. O que importava era que ali dentro, cercada de enfermeiras distraídas e protocolos fáceis de burlar, eles estariam vulneráveis.
Meu sorriso voltou, ainda mais largo. Talvez fosse até