Nathaniel Donovan
O relógio do monitor fazia um barulho que eu não conseguia ignorar, tic-tic eletrônico, como se a máquina respirasse por ela. Lúcia estava deitada, o soro subindo pela veia fina do braço; a pele, quase translúcida. Eu segurava a mão dela entre as minhas quando a porta abriu.
Entraram dois médicos e uma enfermeira com a prancheta encostada ao peito.
“Senhor Donovan,” o mais velho começou, profissional demais. “Os exames apontaram algumas alterações significativas. Vamos iniciar um protocolo de emergência para estabilizar.”
“Que alterações?” Minha voz saiu baixa, fria. “Sejam específicos.”