Lúcia Mendes
A cabeça de Nate repousava o encosto da cadeira, os olhos escuros ainda com aquela sombra de quem não dormiu um segundo. Eu o observava em silêncio, enroscada em seus braços, mas o coração não me deixava descansar. A lembrança da confusão no shopping voltava em ondas. As mãos da Yolanda na Eliza, o grito da minha filha, os olhos dela me procurando. A sensação de impotência ainda queimava como fogo na pele.
Engoli seco e falei antes que o medo me fizesse calar.
“Nate… eu queria colocar um chip rastreador na Eliza.”
Ele me olhou devagar, como se processasse cada sílaba. “Um chip?”