A manhã seguinte chegou com uma brisa fria que penetrava pelas frestas da janela de Clara. Ela acordou mais cedo do que o habitual, sem poder continuar a ignorar o peso que se abatia sobre ela. Os eventos da noite anterior ainda estavam frescos em sua mente. Gabriel havia sido claro, mas a verdade estava longe de ser simples. A ideia de que ele estava tão imerso nas complicações financeiras de sua família a deixava perdida e, ao mesmo tempo, incrivelmente vulnerável.
O café da manhã parecia um cenário surreal. A mesa estava posta, mas Clara sentia que tudo ao seu redor estava distante, desconectado. Os olhares de seus pais estavam tensos, as palavras delas eram curtas. Algo estava claramente fora de lugar. Seu irmão, que normalmente falava sobre seus planos para o dia, estava em silêncio, com os olhos vagos, como se também estivesse absorvendo os últimos acontecimentos.
O pai de Clara, sempre tão imponente e rígido, parecia agora uma sombra de si mesmo. Suas mãos tremiam levemente e