A noite caiu com um silêncio estranho, como se o mundo ao redor tivesse parado para observar Clara desmoronar por dentro. Sentada na beira da cama, os olhos fixos na parede opaca do quarto, ela sentia a pulsação no pescoço como um tambor descompassado. A conversa com Gabriel ecoava na mente, cada palavra como uma lâmina.
Ela não sabia se sentia alívio ou medo. Gabriel sabia. E embora ele não tivesse gritado ou ameaçado, sua última frase carregava uma força silenciosa que doía mais do que se ele tivesse partido algo contra a parede.