Os dois homens se encararam por um momento que pareceu se estender infinitamente. Percebi então que estava prendendo a respiração, meus dedos agarrando o corrimão da escada com força desnecessária.
Finalmente, um sorriso lento e calculado se espalhou pelo rosto de Antônio.
— Cristalino. — Ele recuou meio passo, concedendo o espaço, mas não a derrota. — Apenas me pergunto se Giuseppe compartilha dessa... reordenação de prioridades.
— Por que não perguntam pra mim diretamente? — A voz de Giuseppe soou do hall de entrada, surpreendendo a todos nós.
O patriarca estava parado ao pé da escada, apoiado em sua bengala, com Carmem ao seu lado. Seu semblante era severo, mas seus olhos astutos não perdiam nada da cena à sua frente.
— Nonno. — Antônio recuperou-se rapidamente da surpresa. — Não deveríamos incomodá-lo com assuntos operacionais.
— Esta é a minha casa e a minha empresa. — Giuseppe começou a subir os degraus lentamente, cada passo deliberado. — Não há nada que aconteça aqui que seja