~ MARCO ~
Acordei com um sobressalto, o pescoço doendo pela posição estranha. Por um momento, fiquei desorientado, sem saber onde estava ou que horas eram. Então tudo voltou de uma vez.
O hospital. Aurora. O sequestro.
Estendi a mão automaticamente para o lado, procurando por Maitê. Meus dedos encontraram apenas lençóis frios.
Abri os olhos completamente e virei a cabeça. O espaço ao meu lado na cama estava vazio, o travesseiro ainda com a marca de onde sua cabeça havia estado.
— Maitê? — chamei, minha voz ainda rouca de sono. Não houve resposta.
Talvez estivesse no banheiro. Sim, provavelmente era isso. Sentei-me na cama, sentindo cada músculo reclamar, e olhei para a porta do banheiro.
— Amor? Está aí?
Silêncio.
Caminhei meio sonolento até lá e abri a porta. O banheiro também estava vazio. Escuro.
Um frio começou a se espalhar pelo meu peito.
— Maitê? — chamei mais alto agora, verificando o pequeno armário, até atrás da cortina do box como se ela pudesse estar se escondendo ali. Nad