Os últimos dias haviam sido uma forma única de tortura. Minha rotina matinal se resumia a um ritual patético: pegar o celular, digitar uma mensagem para Anne, apagar, reescrever, apagar novamente, até finalmente conseguir algo que não soasse desesperado demais. "Bom dia" parecia seguro. Perguntar como ela estava era arriscado - poderia parecer que estava cobrando uma resposta. Às vezes comentava sobre algo banal do meu dia, na esperança de que soasse natural.
Era um equilíbrio impossível entre me fazer presente e não invadir o espaço que ela claramente precisava. Cada palavra era pesada e repesada antes de ser enviada, cada mensagem uma tentativa cuidadosa de mostrar que não havia desistido sem parecer que estava implorando.
Mas a pior parte é o que acontece depois de enviar cada mensagem. Meu coração dispara toda vez que o celular anuncia uma nova notificação, uma parte ridiculamente esperançosa de mim pensando que pode ser Anne respondendo. Que talvez desta vez ela tenha decidido co