86. Entre o Orgulho e o Desejo
“Ettore Bianchi”
“Precisamos conversar. Consegui um nome.”
Foi a mensagem que recebi de Max às 00h42. Sem contexto. Sem pistas. Só isso.
Consegui um nome.
Como se estivesse passando uma senha para um informante. Ou jogando uma isca.
Talvez tenha a ver com Giulia. Com o jantar. Ou talvez seja completamente irrelevante.
Com Max, nunca se sabe.
Entro na minha sala, jogo o paletó na poltrona e me afundo na cadeira. Mal ligo o computador, Max invade a sala como um furacão.
— Finalmente! — exclama, fechando a porta e verificando se está trancada. — Precisamos conversar.
— Fala logo, porra — digo, impaciente.
— Consegui uma informação — responde, se jogando na cadeira à minha frente com uma expressão que raramente vejo nele. — Sobre o que aconteceu há três anos.
Meu corpo inteiro se enrijece. A caneta escapa da minha mão e cai na mesa com um clique seco.
— Como?
— Giulia — diz, passando a mão pelos cabelos, inquieto. — No jantar de ontem à noite.
— E ela simplesmente… te contou